FÁBRICA DE TRAVESTIS

FÁBRICA DE TRAVESTIS
Foto LEVY MOTA

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Depoiemento Deydiane Piaff

A minha História com minha Família. Nunca falei sobre a minha sexualidade ou sobre a minha personagem a Deydianne Piaff. e complicado, uma vez minha mãe discutindo comigo ela olho nos meus olhos e disse que eu não poderia ser uma vergonha para a família.


E muito difícil quando você desejar ser quem você é, e ama ser assim, nem todo muito respeita. principalmente quando sua família não quer acreditar, porque no vizinho pode mas na sua casa não. me montar fazer show e receber o carinho das pessoas e mágico. Darei tempo ao tempo sei que existe outras pessoas com problemas piores do que o meu.Deus sabe o que e melhor para mim, ainda existe muitas coisas a falar, as minhas particularidades com minha família não gosto de dizer, e complicado mas espero que com minhas poucas palavras , desejo ser um instrumento de apoio para outras pessoas.



Quando era criança perto da minha casa de uma loja de doces, eu adorava compra chiclete que vinha com anel tinha caixa cheia deles. eu amava aqueles anéis , eu me sentia belíssimo com eles(rsrsrs). uma vez sofri muito porque meu pai jogo no lixo meu disco da Xuxa aquele o número quatro dela sabe amava. meus pais diziam que a Xuxa era o demônio pois eu imitava a própria e as paquitas aff me realizava. tudo isso me fez a ir em psicólogos. Será que sou uma pessoa de outro mundo.



Deus sabe que não sou.

segunda-feira, 15 de março de 2010

ENGENHARIA ERÓTICA - UMA FÁBRICA E TRAVESTIS




ESTREIA EM ABRIL DIAS 14  E 16 ÀS 19H NO PALCO PRINCIPAL DO THEATRO JOSÉ DE ALENCAR. SÃO DUAS SESSÕES PARA CONVIDADOS COM DEBATE APÓS APRESNETAÇÃO E BUFFET DE CONFRATERNIZAÇÃO.

SINOPSE:




Partindo da pesquisa realizada, pelo ator e diretor Silvero Pereira, iniciada em 2004 sobre o universo das travestis e transformistas e que resultou nos trabalhos UMA FLOR DE DAMA e CABARÉ DA DAMA, este novo processo fecha a trilogia tendo como referência o livro ENGENHARIA ERÓTICA: TRAVESTIS NO RIO DE JANEIRO do fotógrafo e psicanalista Hugo Denizart, e relatos subtraídos de entrevistas realizadas com travestis e transformistas de diversas cidades do Estado do Ceará.



ENGENHARIA ERÓTICA: UMA FÁBRICA DE TRAVESTIS parte de uma pesquisa empírica e científica, para além do estereótipo e dos preconceitos, do modo de vida das travestis do nosso estado na preocupação de quebrar conceitos impostos pela sociedade tentando desmistificar sua relação com a marginalização e prostituição e lançando um olhar sobre a diferença entre história de vida e condição de vida.



FICHA TÉCNICA:



Realização: Fundação Parque de Formação Integral do Tapuio/ Grupo Parque de Teatro;

Produção: ATO;

Direção: Silvero Pereira;

Elenco: Denis Lacerda (Deydiane Piaf), Diego Salvador (Yasmin Shirran), Jomar Carramanhos (Verônica Valentino) e Silvero Pereira (Gisele Almodóvar);

Atriz mãe (Vídeo): Joaquina Castro;

Contra-regragem: Ítalo Lopes e André Heverson

Iluminação: Tomaz de Aquino;

Cenografia: Silvero Pereira

Trilha Sonora: Fabio Vieira e O Grupo;

Figurinos: Jomar Carramanhos, Ricardo Andrés Bessa, Noélio Mendes, Silvero Pereira, Denis Lacerda e Diego Salvador;

Maquiagem: O Grupo;

Maquiagem (divulgação): Assis Brito

Fotos: Levy Mota

Designer Gráfico: Andrei Bessa e Walmick Campos;

Técnica: Fabio Vieira, Tomaz de Aquino e Elano Chaves.

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Depoimento de Gisele Almodóvar (Trecho do espetáculo ENGENHARIA ERÓTICA - UMA FÁBRICA DE TRVESTIS)

Sabe o que mais machuca a gente de verdade? A família. Eu digo isso porque pelo menos pra mim é assim. Sei que tem um monte de gente que nem liga pra isso, mas tenho certeza que lá no fundo a única coisa que quer mesmo de verdade é ouvir “eu te aceito do jeito que você é...”. Todo mundo quer isso. Eu sou do interior, meu pai trabalhava muito fora de casa e geralmente passava um tempão sem ver a gente. Minha mãe trabalhava o dia todo e eu era a responsável por tudo. Eu era a mais velha. Na verdade eu tinha 14 anos, mas já era a mais velha da casa. Ainda não era mulher, claro. Isso veio depois. Mas era como se fosse a mãe, porque eu tinha dois irmãos mais novos e aí eu que tinha que cuidar. Talvez isso que faça doer mais, sabia? Depois que eu assumi de verdade a minha mãe disse pra todos dentro de casa, lembro como se fosse hoje “ele sempre foi assim, vocês que nunca enxergaram direito quem ele era”. Meu irmão disse na minha cara, olhando nos meus olhos “você não é meu irmão, nem sei quem você é. Você não é dessa família. Pode ir embora”. Meu irmão disse isso. Meu irmão. Eu o peguei no colo. Coloquei comida na boca dele. Se não fosse por mim, quem ia dar comida pra ele? Ele precisou de mim. Agora eu preciso dele e é isso que tenho. Tive que agüentar muita coisa, mesmo depois de já saber o que eu era e o que eu queria. Foi então que meu avô me chamou num canto e disse “Meu filho, não tenho muita coisa, só tenho esses quatrocentos reais, se você acha que dá pegue suas coisas e vá ser feliz. Você é lindo, eu te amo muito. Mas aqui você não é feliz. Vá viver sua vida”. Ele disse isso com os olhos cheios de lágrimas. Foi a última vez que vi ele. Soube a dois dias atrás que ele morreu. Até hoje estou tentando juntar uma graninha pra voltar pra casa e rever a família. Que família, não é? Também não sei.
(Foto: Velma Zehd)

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

ENGENHARIA ERÓTICA - UMA FÁBRICA DE TRAVESTIS

Este é o terceiro trabalho da trilogia sobre minha pesquisa a respeito universo das travestis. Trata-se do que venho chamando de "TEATRO DOCUMENTÁRIO". Não pretendo com isso criar um novo tipo de teatro, mas me faz bem divulgá-lo desta forma, pois foi assim que foi concebido. O espetáculo é uma apresentação do universo das travestis a partir do livro ENGENHARIA ERÓTICA - TRAVESTIS NO RIO DE JANEIRO (Hugo Denizart) e de 6 anos de pesquisa com travesti de quase todo o Ceará. Fiz várias entrevistas e armazenei uma bagagem muito grande de informações. É uma inquietação minha como artísta fazer as pessoas refletirem sobre discriminação por condição de vida e não por história de vida.
O espetáculo são vários recortes, não existe uma dramaturgia aristotélica ou um fio condutor entre as cenas. O que existe é um tema, um campo social, a idividualidade dentro de um todo.
UMA FLOR DE DAMA, não disse tudo que eu queria dizer sobre essas figuras que tanto me encantam. CABARÉ DA DAMA  foi uma experiência para isso que quero vivenciar agora. FÁBRICA DE TRAVESTIS é o subtítulo que na verdade vai de encontro às críticas da minha classe artística que andaram afirmando "O Silvero não faz mais teatro, agora quer ser trava e ainda pega os alunos do CPBT, CEFET e CAD pra serem também...é uma Fábrica de Travestis".
Quero que em ENGENHARIA ERÓTICA - UMA FÁBRICA DE TRAVESTIS  as pessoas vejam que ainda há muito o que se saber e a falar sobre essas meninas e que nem nesse espetáculo vou conseguir dizer tudo. Pode até ser que venha o 4º (rs). Não sei, só sei que enquanto me doer como artista, vou fazer e da forma mais digna e agradável possível.
Ficha:
Direção: Silvero Pereira
Texto: Silvero Pereira e Hugo Denizart (Além de todas as travestis entrevistadas)
Elenco: Jomar Carramahos, Diego Salvador, Denis Lacerda e Silvero Pereira

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Festival de Guaramiranga 2010

Apresentação da Tenda do SESC na Programação do Te-Ato a Meia Noite do XV FNT de Guramiranga (Foto Lima Filho)

CABARÉ DA DAMA - ÚLTIMA APRESENTAÇÃO

Foi no último dia 30 de ajneiro de 2010, na Sala Nadir Papi Sabóia do Theatro José de Alencar que encerramos nossa temporada de Janeiro do espetáculo CABARÉ DA DAMA, na ocasição encerrmos também o DIA DA VISIBILIDADE TRANS em Fortaleza onde recebemos da Coordenadoria da Divercidade a Comenda Janaína Dutra como iniciativa contra Homofobia e Transfobia naCapital Cearense.
O espetáculo dá um tempo na cidade e se dedica a projetos como festivais e temporadas fora do Estado. Além de dar espaço para o novo espetáculo ENGENHARIA ERÓTICA- UMA FÁBRICA DE TRAVESTIS que estreia em Abril deste ano, tendo no elenco: Jomar Carramanhos (Verônica Valentino), Denis Lacerda (Deydiany Piaf), Diego Salvador (Yasmim Shirran) e Silvero Pereira (Gisele Almodóvar). Este último também assina a Direção. O espetáculo tem como formato o que o Grupo veio intitular de TEATRO-DOCUMENTÁRIO, partindo do livro do Fotografo e psicanalista HUGO DENIZART (Engenharia Erótica - Travestis no Rio de Janeiro) e de varias horas de entrevistas com travestis de quase todo o Estado do Ceará.